A Língua Portuguesa é, sem dúvida, um dos maiores legados deixados por Portugal a suas colônias. Hoje em dia, o Português é falado por cerca de 230 milhões de pessoas em oito países diferentes (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, e Timor Leste). Os brasileiros são a maior nação participante da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP): somos 190 milhões de falantes da língua e a cada três pessoas que falam português no mundo, uma é brasileira.
Talvez esses dados já pareçam suficientes para que a ONU adote o Português como uma de suas línguas oficiais, porém não é o que acontece. Atualmente são seis idiomas neste rol: o árabe, o espanhol, o francês, o inglês, o mandarim e o russo. Um dos empecilhos encontrados é o fato de qualquer documento redigido em Português ter de ser feito em duas vias, uma com o Português falado no Brasil e outra com o de Portugal, devido à existência de duas escritas oficiais.
As questões diplomáticas
A solução encontrada para unificar o idioma foi realizar uma reforma ortográfica que padronizaria a escrita em todos os países da CPLP. Em 1990 foi firmado o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, como é chamada oficialmente a reforma ortográfica, cuja idéia inicial, presente no artigo, era que até 1º de janeiro de 1994 as novas normas já estivessem em vigor. No entanto, somente Portugal, Brasil e Cabo Verde haviam ratificado o acordo até esta data.
Em julho de 1998, em Cabo Verde, foi assinado o Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa que retirava do texto original a data para a entrada em vigor das novas regras. Mais uma vez, somente três países ratificaram o protocolo (Brasil, Portugal e Cabo Verde). Em 2004 um novo acordo foi assinado, porém, não foi ratificado por Portugal. Segundo Vasco Graça Moura, escritor e deputado português, o Segundo Protocolo inclui um artigo que obriga a sua aplicação mesmo que não seja aprovado por todos os países, o que estaria fora dos padrões de acordos internacionais. O fato é que além do texto do Protocolo, existia também um forte sentimento contrário à reforma por parte dos cidadãos portugueses, onde as mudanças afetam mais diretamente a população. O argumento mais usado é o de que a mudança seria ruim para as identidades nacionais. Alguns afirmavam que ao mudar a grafia de palavras se estaria cedendo a uma influência brasileira, já que o Brasil é o maior país de Língua Portuguesa.
A discussão se estendeu por anos e defensores da polêmica unificação afirmam que a reforma é uma decisão política, já que facilitaria a entrada do quinto idioma mais falado do mundo para a lista das línguas oficiais da ONU, facilitaria buscas na internet e unificaria os termos jurídicos em contratos internacionais. Finalmente, no dia 16 de maio, após 18 anos do seu lançamento, o parlamento português aprovou os termos da reforma.
A implantação
Enquanto no Brasil o prazo para a implantação das mudanças é de três anos, Portugal optou pelo prazo mais longo de seis anos. Isso significa que, no Brasil, em 2010 as novas regras já serão cobradas pelos colégios nas provas.
O acordo ortográfico que já foi aprovado pelo Congresso brasileiro e publicado no Diário Oficial depende agora somente a assinatura do Presidente Lula para que entre em vigor no ano letivo de 2009. Segundo a determinação do Ministério da Educação (MEC) que será apreciada pelo Presidente, os livros didáticos distribuídos no próximo ano já devem incluir as novas regras. Os editores de livros, porém, só passam a ser obrigados a segui-las a partir de 2010.
Talvez esses dados já pareçam suficientes para que a ONU adote o Português como uma de suas línguas oficiais, porém não é o que acontece. Atualmente são seis idiomas neste rol: o árabe, o espanhol, o francês, o inglês, o mandarim e o russo. Um dos empecilhos encontrados é o fato de qualquer documento redigido em Português ter de ser feito em duas vias, uma com o Português falado no Brasil e outra com o de Portugal, devido à existência de duas escritas oficiais.
As questões diplomáticas
A solução encontrada para unificar o idioma foi realizar uma reforma ortográfica que padronizaria a escrita em todos os países da CPLP. Em 1990 foi firmado o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, como é chamada oficialmente a reforma ortográfica, cuja idéia inicial, presente no artigo, era que até 1º de janeiro de 1994 as novas normas já estivessem em vigor. No entanto, somente Portugal, Brasil e Cabo Verde haviam ratificado o acordo até esta data.
Em julho de 1998, em Cabo Verde, foi assinado o Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa que retirava do texto original a data para a entrada em vigor das novas regras. Mais uma vez, somente três países ratificaram o protocolo (Brasil, Portugal e Cabo Verde). Em 2004 um novo acordo foi assinado, porém, não foi ratificado por Portugal. Segundo Vasco Graça Moura, escritor e deputado português, o Segundo Protocolo inclui um artigo que obriga a sua aplicação mesmo que não seja aprovado por todos os países, o que estaria fora dos padrões de acordos internacionais. O fato é que além do texto do Protocolo, existia também um forte sentimento contrário à reforma por parte dos cidadãos portugueses, onde as mudanças afetam mais diretamente a população. O argumento mais usado é o de que a mudança seria ruim para as identidades nacionais. Alguns afirmavam que ao mudar a grafia de palavras se estaria cedendo a uma influência brasileira, já que o Brasil é o maior país de Língua Portuguesa.
A discussão se estendeu por anos e defensores da polêmica unificação afirmam que a reforma é uma decisão política, já que facilitaria a entrada do quinto idioma mais falado do mundo para a lista das línguas oficiais da ONU, facilitaria buscas na internet e unificaria os termos jurídicos em contratos internacionais. Finalmente, no dia 16 de maio, após 18 anos do seu lançamento, o parlamento português aprovou os termos da reforma.
A implantação
Enquanto no Brasil o prazo para a implantação das mudanças é de três anos, Portugal optou pelo prazo mais longo de seis anos. Isso significa que, no Brasil, em 2010 as novas regras já serão cobradas pelos colégios nas provas.
O acordo ortográfico que já foi aprovado pelo Congresso brasileiro e publicado no Diário Oficial depende agora somente a assinatura do Presidente Lula para que entre em vigor no ano letivo de 2009. Segundo a determinação do Ministério da Educação (MEC) que será apreciada pelo Presidente, os livros didáticos distribuídos no próximo ano já devem incluir as novas regras. Os editores de livros, porém, só passam a ser obrigados a segui-las a partir de 2010.
Dúvidas
O texto do Acordo, no entanto, não esclarece a grafia de uma série de palavras. Segundo a ABL (Academia Brasileira de Letras), a definição só sairá com a publicação de um novo Volp ("Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa"). Com a função de registrar a forma oficial de escrever as palavras, o Volp só deve ser publicado em fevereiro, com cerca de 300 mil termos.
Novas regras
Com o Acordo, o alfabeto passou a ter 26 letras, ao incorporar as letras "k", "w" e "y". O texto traz alterações significativas na acentuação de algumas palavras, extingue o uso do trema, e padroniza a utilização do hífen. A partir de agora, não é errado escrever "micro-ondas" --com hífen-- e "antissocial" --sem hífen. Também é correta a grafia das palavras "ideia" e "assembleia" sem acento.
O que muda?
Referências:
http://www.igeduca.com.br/artigos/acontece/reforma-ortografica.html
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u485725.shtml
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